Flordelis: Política, poder, religião e morte- Por Chico Alencar
Compartilhado por Central de Jornalismo
Como não se impressionar com a trama que a Polícia Civil do RJ desvendou, e que fez da deputada federal Flordelis ré de crime de morte e outros (tentativa de homício – anterior, por envenenamento -, falsificação de documentos, falsidade ideológica, formação de quadrilha)?
Deus e amparo a crianças desvalidas usados como pano de fundo de uma rede de negócios, intrigas e ódio, culminando com esse bárbaro assassinato, planejado e torpe!
A deputada está acusada de ser a líder dessa atrocidade.
A vítima é Anderson, seu marido e pastor. Ele administrava com rigor sua carreira de cantora gospel, os recursos da igreja deles, sua candidatura pelo PSD, seu apoio a Bolsonaro, a imensa e desigual “caritativa” adoção de crianças. Os indícios de que ela queria tirar o “traste” (expressão dela) do seu caminho são claros.
Até que ponto vai a ganância, o ódio, a perversidade de uma pessoa, contaminando jovens para participarem da trama macabra?
Como se vê, a vida pública nacional abriga, através do voto desavisado, iludido, gente da pior espécie, que busca o manto da imunidade parlamentar – que, em casos como esse, não passa de impunidade. Voto enganoso pode, involuntariamente, dar aval a crimes hediondos!
Aí está um caso trágico, terrível, cruel, da “gangsterização” da nossa política. Bom lembrar que os esquemas milicianos, que envolvem várias “autoridades”, também têm essa prática: ânsia por grana, lavagem de dinheiro, desconfiança entre os “sócios”, violência, morte.
Até o ex-chefão do “Escritório do Crime”, Adriano da Nóbrega, eliminado pela polícia baiana, tinha altas vinculações com a família poderosa que está no poder. E parentes colocados em gabinete parlamentar…
Flores do pântano, da abominação.