Guerra contra a vacina: Brasil é refém de um louco no poder

Por Balaio do Kotscho/UOL
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Central de Jornalismo
24.Nov.2020

“Conter Bolsonaro”, suplica o editorial da Folha desta quinta-feira, com chamada na capa.

Mas quem vai colocar a camisa de força no capitão enfurecido, fora de controle dos generais, em guerra aberta contra a “vacina comunista da China e do Doria”?

“Restará a Congresso, Judiciário, estados e municípios tomar medidas para que os brasileiros não fiquem sem vacina”, diz o jornal.

Gostaria de acreditar nisso, mas acontece que todas as instituições estão hoje aparelhadas pelo presidente, que enfeixa em suas mãos os Três Poderes e as Forças Armadas, com os órgãos técnicos do Ministério da Saúde militarizados e o general de plantão desmoralizado, que ainda não pediu demissão.

Em entrevista à “Jovem Pan”, a emissora líder da rede bolsonarista de rádio e televisão, Bolsonaro dobrou a aposta e anunciou que o governo federal não comprará de jeito nenhum a vacina chinesa desenvolvida pelo laboratório Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo, nem que ela seja aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

“A da China nós não compraremos, é decisão minha. Eu não acredito que ela transmita segurança suficiente para a população. Esse é o pensamento nosso”, decretou o todo-poderoso presidente.

Pensamento nosso de quem, cara pálida? Quer dizer que a vida de 212 milhões de brasileiros será refém de um louco no poder?
Vale tudo para agradar a turma do Face. Até mesmo vidas perdidas

Num surto de megalomania paranoica, Bolsonaro resolveu desafiar a maior potência econômica mundial, nossa maior parceira comercial, colocando em risco a saúde pública só para abater um concorrente, em sua desabalada corrida pela reeleição, e agradar os devotos das redes sociais.

Vejam o que ele disse na entrevista, em seu português trôpego, depois de passar o dia com emissários de Donald Trump, em ofensiva conjunta contra a China:

“Tenho certeza que outras vacinas que estão em estudo poderão ser comprovadas cientificamente, não sei quando, pode durar anos. A China, lamentavelmente, já existe um descrédito muito grande por parte da população, até porque, como muitos dizem, esse vírus teria nascido por lá”.

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Fonte Segura: Central de Jornalismo

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