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de Miguel Rios
Conseguiu. Neymar demonstrou habilidade acima do comum para ser um grande craque. Conseguiu. Neymar precisa agora entender o que é ser tudo isso. Ainda não conseguiu.
Tem 30 anos. É um homem adulto. Se sabe sonegar imposto, se sabe dar apoio a fascista para abafar essa sonegação, é porque a inocência do que é o mundo real se foi.
Ele tem uma influência planetária. Se aplaude um presidente reacionário de descrédito mundial, vai ser cobrado. E não tem que reclamar por isso. Foi escolha dele.
Se joga mal, será cobrado. E, igualmente, não tem que se revoltar. Dedicou-se a vida toda para ser o que é. E ser o que ele é traz consequências. Ser ídolo é dificílimo. Atormenta. Pode ser injusto, mas está no contrato capitalista que o enche de riqueza e privilégios.
Vai ser caçado em campo. E tem que ter consciência disso. Vai se contundir feio e tem que ter consciência disso. Vai ser zoado pela torcida… idem. Ele mesmo escolheu que o candidato antipoliticamente correto e contra o mimimi o representava. Tá magoado por quê?
Passou por grandes clubes como Santos e Barcelona. É ícone no Paris Saint Germain. E se mantém sem experiência? Sem captar o que representa, o que acarreta?
Não aprendeu que há dias ruins e dias muito ruins? Que há dias ótimos para parceiro de equipe e ele é que vai brilhar? Que nesse dia é reconhecer quem foi a estrela e aplaudir da plateia? Profissionalismo no futebol vai mais além de driblar superbem e fazer lindos gols.
Neymar alcançou o que alcançou por talento. Virou uma marca bilionária. É a figurinha de álbum mais desejada. É a meta de garotos mundo a fora.
Mas vive em seu universo da Terra do Nunca, com seus parças, seus luxos, suas namoradas gatas, suas birras, suas bolsomices de autoafirmação macho alfa. Desdenha que o mundo real, essa fera imortal, malvada e madura, espreita e dá botes.
Neymar se nega a aprender e lidar com eles.