27 de março de 2021
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Pedro Hallal mostra ao CNS o tamanho do crime: Dos 300 mil óbitos por covid, 75% poderiam ter sido evitados
O Brasil bateu nesta sexta-feira (26/03) o seu próprio recorde macabro: 3.650 óbitos por covid-19 nas últimas 24 horas.
“Mesmo com falta de dados represados últimos 2 dias”, observou no twitter o professor Miguel Nicolelis.
Segundo o painel do Conselho Nacional de Secretarias de Saúde, o Painel Conass Covid-19, já são 307.113 óbitos e 12.404.414 casos confirmados.
Fonte: Painel Conass Covid-19, 26/03/2021
As médias móveis de casos e óbitos confirmados são ascendentes.
Os seus picos não se referem às pessoas que estão se infectando agora pelo novo coronavírus
Refletem o número de pessoas que se infectaram há 15 dias, em média.
São Paulo lidera a tragédia nacional, como pode ser visto no quadro abaixo.
Seguem-no Minas Gerais e mais os três estados da Região Sul: Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina
225 MIL MORTES PODERIAM TER SIDO EVITADAS
O mais cruel e criminoso: dos 300 mil óbitos registrados no Brasil por covid-19, na quarta-feira (24/03), 225 mil poderiam ter sido evitados.
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Quem afirma isso é o epidemiologista Pedro Hallal, ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e coordenador da pesquisa Epicovid.
Foi durante reunião virtual do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que reuniu vários especialistas.
“O Brasil é uma ameaça à saúde pública mundial. Somos uma fábrica de variantes”, salienta.
Hallal apontou vários dados preocupantes:
— Na pandemia, o Brasil contabiliza 25% das mortes no planeta. Só nas duas últimas semanas concentrou 10,8% dos óbitos.
— “Temos um desempenho 10 vezes pior em relação ao mundo”.
— “Não existe argumento científico que justifique esses números como aleatórios. A estrutura do SUS nos daria possibilidade de sermos referência mundial no enfrentamento à Covid. 225 mil dos 300 mil óbitos poderiam ter sido evitados. Já são mais de 12 meses de negacionismo”.
Para Hallal, sem testagem em larga escala e rastreamento de contato, “fatores que nunca foram priorizados no Brasil”, não é possível enfrentar a pandemia.
Ele também destacou como problemas a desinformação e o não cumprimento do lockdown, além do incentivo governamental para o uso de cloroquina.
Para Hallal, é necessário, pelo menos, 1,5 milhão de doses de vacina por dia para reverter a crise sanitária e evitar mais mortes:“Precisamos de uma aliança nacional e internacional pela disponibilização de doses da vacina”.