Evangélicos despertaram para realidade esquecida pelo bolsonarismo

A Voz Trabalhadora/ Central de Jornalismo Uma pesquisa recente do Datafolha divulgada ontem (22) revela uma mudança significativa no apoio dos evangélicos à agenda bolsonarista. A queda no apoio é evidente e sugere uma reavaliação por parte dessa comunidade, que tradicionalmente esteve alinhada com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Enquanto em 2022, cerca de 70% dos evangélicos apoiavam Bolsonaro, os números atuais mostram uma queda para 50%. Esse declínio é um indicativo claro de que a base evangélica está repensando seu alinhamento político. Em entrevista exclusiva realizada na Xepa Ativismo, na Nave Coletiva, a vereadora Aava Santiago (PSDB-Goiânia), uma das principais lideranças evangélicas do país, comentou sobre os resultados da pesquisa e os fatores que contribuem para essa mudança de percepção. “A radicalização do bolsonarismo sem atender às demandas reais dos evangélicos levou à desilusão. Os fiéis começam a questionar: “Entregamos tudo a Bolsonaro, e o que ganhamos de volta?”. Isso, combinado com a percepção de um Bolsonaro autocentrado, tem levado à reavaliação do apoio.”, alegou a vereadora.

Aprovação de Lula dispara nos primeiros meses de Governo

Assim como no período eleitoral, Lula tem o melhor desempenho entre as mulheres (56,4% de aprovação); mais jovens (59,8%); e moradores do Nordeste brasileiro (67,4%). Há também bons desempenhos entre o público com idade superior aos 60 anos (58,5%) e entre aqueles que possuem apenas o ensino fundamental (60,4%).

Bem-vindos ao século 21

Por Trade MotiveCompartilhado porCentral de JornalismoAqui o sexo é grátis e o amor virou um bolso cheio de notas.Onde perder o celular é pior do que perder os valores. Onde a tendência é fumar e beber e se não fizeres isso te dão uma cota.Onde o banheiro se tornou um estúdio de fotos e a igreja, o lugar perfeito para se registrar.Século XXI, onde homens e mulheres temem a gravidez muito mais do que o HIV.Onde a entrega de pizza chega mais rápido que a ambulância.Onde as pessoas morrem de medo de terroristas e criminosos muito mais do que Deus.Onde a roupa decide o valor de uma pessoa e ter dinheiro é mais importante do que ter amigos ou até mesmo família.Século XXI, onde as crianças são capazes de renegar seus pais por seu amor virtual.Onde os pais esquecem de reunir a família à mesa para um jantar harmonioso, falando sobre o dia a dia enquanto se entretêm no trabalho ou no telefone.Onde homens e mulheres muitas vezes só querem relacionamentos sem compromissos e seu único “compromisso” é posar para fotos e postar nas redes sociais jurando amor eterno.Onde o amor se tornou público ou uma peça.Onde as fotos mais populares ou as mais seguidas com mais curtidas é aquela que parece espalhar felicidade; aquela que posta fotos em lugares fantásticos e celestiais, rodeado de “amizades vazias”, com “amores incertezas” e “famílias quebradas”.Onde as pessoas esqueceram de cuidar do espírito, da alma vazia e decidiram cuidar e tatuar seus corpos.Onde custa mais uma lipoaspiração ter o corpo desejado do “mundo artístico” do que um diploma universitário.Onde uma foto de academia ganha muito mais curtidas do que uma foto estudando ou fazendo boas ações.Século 21, aqui você só sobrevive se brincar com a “razão” e te destroem se agir com o coração!

O efeito borboleta

Por Léo BuenoCentral de Jornalismo Por Léo BuenoCentral de Jornalismo A prisão de Mauro Cid, tenente-coronel que era uma espécie de Ígor para o Bozo, pode parecer por motivo de pouca monta. Não é. Antes de pegar o celular dele, a Polícia Federal já havia encontrado na nuvem indícios de que Cid pedira para falsificar a carteira de vacinação do seu chefe. A operação foi feita no caminho típico dos toscos: o pela-saco falou com alguém de sua equipe, que então pediu para um sobrinho médico num município goiano onde o Judas sertanejo perdeu as botas de couro de búfalo. E tudo isso era para falsificar não a carteirinha do Bozo, não a do Cid, mas a da mulher do Cid, Gabriela, lá atrás, em 2021. A partir dessa fraude específica, a PF foi descobrindo outras e mais outras até chegar, finalmente, numa fraude em dezembro de 2022 – a dos cartões do genocida e de sua filha, realizada por um obscuro profissional numa Prefeitura fora dos radares no Rio de Janeiro. Só que grande parte desses indícios foi colhida em dois sistemas do Ministério da Saúde, responsáveis justamente por registrar dados para combater endemias, epidemias e pandemias. Daí instauram-se milhões de dúvidas procedentes. Já desde o auge da pandemia desconfiávamos que os sistemas vinham sendo fraudados devido ao grande número de mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave NÃO notificadas como óbitos por covid. A investigação da PF ainda não mostra que o número verdadeiro de mortos na pandemia foi bem maior do que o noticiado, mas já demonstra que as condições para essa adulteração foram satisfeitas pelo último governo: fraudado o sistema foi. Se um presidente manda mudar o registro de sua carteirinha pessoal e o de sua filha, o que não terá feito com o registro do número de mortes? E com o de compras de vacinas? E com o de compras de equipamentos? Para piorar, a mãe da meninota – mulher que aliás vem ensaiando ganhar de seu marido a preferência da fascistaiada em eleições vindouras – disse que em sua casa só ela própria havia tomado vacina. Para piorar ainda mais, as carteirinhas de vacinação foram usadas para entrar nos EUA, país que prevê penas de até 10 anos para quem falsifica documentos com o fito de ingressar em seu território. É o efeito-borboleta – aquela história de o bater das asas de uma borboleta na América desencadear um tufão letal no oriente. Como ocorreu no Watergate, quando alguém estranhou o movimento de lanternas num escritório à noite e no final a imprensa acabou desvendando a trama para o Partido Republicano, do então presidente Richard Nixon, espionar os rivais democratas. Também dessa forma o pedido para uma falsificação de uma carteirinha no município goiano de Cabeceiras pode acabar demonstrando que um ex-presidente acobertou dezenas ou talvez centenas de milhares de mortes e entrou ilegalmente com a família em outro país quando ainda estava no exercício de suas funções presidenciais. Não é, como disse uma dessas colunistas imbecis que a grande imprensa contratou para relativizar o inaceitável, o Fiat Elba do Bozo.É bem pior. Apenas surge na forma do bater de asas de uma borboleta tosca, feia e estúpida. PS. Na imagem, Ígor, o ajudante do Doutor Frankenstein, na interpretação do genial Marty Feldman.

Família de Marielle terá acesso a provas sobre supostos mandantes de assassinato

O pedido não foi aceito em primeiro grau e as famílias recorreram ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que manteve a decisão inicial FonteJornal de Brasília SÃO PAULO, SP O STJ (Superior Tribunal de Justiça) garantiu às famílias da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes o direito de acesso às provas já produzidas e documentadas no inquérito policial que investiga os supostos mandantes dos assassinatos dos dois, em março de 2018. A decisão, da sexta turma do STJ, é baseada em súmula vinculante do STF (Supremo Tribuna Federal) segundo a qual é direito do defensor ter acesso às provas que fazem parte de investigações. Recomendações internacionais e decisões recentes da Corte Interamericana de Direitos Humanos também foram consideradas.

O samba está de luto em Brasília, morre Marcelo Sena

Por Kleber MoraesCentral de Jornalismo29 de janeiro de 2023 Para mim é muito triste escrever sobre a morte de um ídolo, de um amigo querido!Por isso serei breve, como tão breve foi a vida do Marcelo Coisa Nossa! Uma tristeza profunda ter que noticiar e registra a morte desse garoto que marcou os bares, clubes e festas de Brasília. Me lembro do ‘Réveillon’ de 2000 no Minas Brasília, quando tocamos juntos…eu cantando com a Banda Bicho Grilo e ele com o eterno Grupo Coisa Nossa , que naquela época tinha também como cantora, a maravilhosa Di Ribeiro. Marcelo sempre foi generoso, mesmo sendo o maior nome dosamba/pagode da capital do país, abria espaço para novos artistas. Uma perda irreparável para a música ao vivo, para o samba, para Brasília ! Marcelo era um artista de luz e brilho e que ele siga nessa luz divina e faça festa no céu a partir de agora.

Crônica S/A – Rádio Saudade

Outro dia, numa antessala de consulta médica, naquelas conversas que vêm para preencher o silêncio e afastar o medo, meu irmão Benedito me falou de uma rádio que ele havia descoberto, por acaso, e que estava gostando muito de ouvir. Rádio Saudade. Contou-me que as músicas veiculadas pela emissora despertavam lembranças há muito esquecidas de uma forma não dolorosa.- E olha que eu não sou saudosista, você sabe, me disse, e eu concordei, prometendo ouvir a tal rádio quando chegasse em casa.Não o fiz no mesmo dia, somente no dia seguinte, enquanto aguardava, no carro de um amigo, que fora pagar uma conta, sintonizei, pelo celular, a rádio de sugestivo nome e comecei a ouvir músicas que há tempos não ouvia.Tão embevecido estava com a trilha musical que nem percebi a volta do meu amigo ou se ele falou alguma coisa comigo antes de colocar o carro em movimento. Mas quando ele fez uma curva mais fechada e eu encostei no seu ombro, percebi que era meu tio José quem dirigia o carro e, ao olhar a rua à minha frente, notei que estava de volta à minha cidade, Pedreiras, no interior do Maranhão. Eu era, de novo, um menino e o mundo tinha aquela luz antiga dos finais de tarde.De repente, o carro parou, a música havia cessado, ou o celular perdera o sinal da rádio, e eu estava de volta ao carro de meu amigo Duboc. Ele, assustado me falou que tivera um surto e pensara estar dirigindo em outra cidade que não visitava há muitos anos.Seguimos calados como quem descesse de um sonho bom.Deixou-me no meu destino e seguiu sem que eu tivesse coragem de falar sobre a rádio Saudade. A amizade antiga permite estas lacunas.Quando findei meus afazeres, já no ônibus, a caminho de casa, tentei ligar na rádio mas, sem sucesso. Como a rádio é de outro estado, aceitei a dificuldade como natural e deixei pra outra hora. Tinha que me concentrar na viagem, pois ando muito distraído e passando do ponto quase sempre.Saltei do ônibus no meu ponto mas, mal comecei a caminhada, o celular, por conta própria, trouxe a rádio de volta e outra música que eu já nem me lembrava.Cantarolei um pouco enquanto a rua a minha frente se transmutava e eu, agora, com dezoito anos, um bolso cheio de rabiscos de poemas e sem nada temer, encontrava minha turma de amigos que, como eu, não vivia: sonhava.Na porta de casa, ainda caminhando sonambulo, acordei. Lúcia, tia Walkiria e o Filósofo da Asa Norte me aguardavam.- Te avisei, sobrinho querido, que ninguém pode esquecer o que viveu. Você, poeta e artista, tem que escrever mais sobre o seu passado, senão ele invade o presente. E esta rádio, que é dirigida por jornalistas bruxas, e você sabe que existem muitas, só afeta, deste modo, os muito sensíveis como você, Duboc e seu irmão. Então fique legal e encerre sua crônica com tranquilidade. Bruxaria rima com Democracia e gostar do passado é bom! Ruim é não gostar ou ter prazer no presente.Com uma tia dessas é fácil ser cronista. Encerro dizendo que, como todo bom encanto é rimado, miro na Copa do Mundo e peço que na estreia tenhamos um bom resultado.Vicente Sá

“O Adeus de um homem minúsculo”- Renato Assenfelder

Já era hora de dar um basta, de lembrarmos que o homem pequeno é pequeno demais para um país tão grande Por Renato AssenfelderO EstadãoCompartilhado porCentral de Jornalismo12 de novembro de 2022 O homem minúsculo, o homúnculo, apagou as luzes do palácio e foi dormir. Depois de tanto bradar, gritar e babar, depois de ameaçar e conspirar à luz do dia, incessantemente, calou-se. Recolheu-se à insignificância que o espera. Amém. Como os livros de história no futuro irão se referir a esse homem tão pequeno? Terá alguma importância, o seu nome, ou irão se interessar apenas pelo surto coletivo que se apossou de milhões de brasileiros, por meia década ao menos, e que resultou na eleição de um ninguém, um nada, um palhaço macabro? Um fantasma descarnado, insepulto e obcecado pela morte, sua especialidade, no qual milhões projetaram suas próprias fantasias autoritárias. Como? Por quê? Quantos afinal projetaram naquele corpo sem vida, naquela vida sem alma, a virilidade perdida, as certezas corroídas, o desejo e a inveja da criança egoísta que brinca de motinho enquanto o mundo acaba em fome e doença. As pessoas morrem, ele debocha: e daí? Nada interrompe seu gozo sem fim. Os livros de história no futuro talvez falem de um homem minúsculo que emergiu dos porões sujos do Congresso Nacional, já em avançado estado de decomposição moral e física, para canalizar todo o ressentimento de uma nação. Esse vórtice de maldade, cercado por gente ainda menor, ainda mais ridícula e ignorante orbitando ao redor de sua sombra. Homens minúsculos, a história demonstra, podem projetar sombras imensas. Mas passam, os homens e suas sombras. Ele tentou, com todas as minúsculas forças, tentou eternizar sua sombra horrível. Mas decrépito, fraco, bronco e insignificante, não conseguiu manter-se no poder. Porque destruir é uma coisa, mas construir é outra, muito mais difícil, muito mais complexa. O homem pequeno veio e apequenou o país inteiro, apequenou o Estado e as suas instituições, apequenou o povo, os amigos, as famílias. Destruiu, passou bois e boiadas, sufocou, boicotou, conspirou, enquanto ocupavamo-nos de sobreviver. Mas então, enfim consciente da sua pequenez, emudeceu no canto do palácio vazio, vítima da própria insignificância. Depois de destruir e destruir e destruir, descobriu-se incapaz, impotente, brocha. Um fantasma de brochidão e fraqueza, incapaz de fecundar o que quer que seja – planos, corpos, natureza. Homens pequenos não constroem coisa alguma. Já era hora de dar um basta, já era hora de lembrarmos a nós mesmos que o homem pequeno é pequeno demais para um país tão grande. RENATO ESSENFELDER é jornalista, escritor e professor universitário. É doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutor em Comunicação e Artes pela Universidade da Beira Interior (Portugal)

Ufa! Acabou

Por Ruth de Aquino Acabou a ostentação da burrice. Louvai o Brasil. Ou sejamos laicos e contemporâneos. Já é! Não me venha com adversativas: “Acabou, mas…” Não me venha com pessimismo: “Ainda não…” Não me venha com pânico desmesurado: “Olha o golpe aí…” Não me venha com catastrofismo futuro: “Pode voltar daqui a quatro anos”. Rejubilem-se! Louvai o Brasil gigante pela Natureza e pelo voto! Glória nas alturas! Ou, sejamos laicos e contemporâneos: Já é! Ufa. Acabou. Não me peça para aderir a abaixo-assinados contra o nazismo tupiniquim. Não vou valorizar esse bando que nem sequer representa a direita no Brasil. A maioria daqueles fanáticos no Sul maravilha talvez nem saiba que o braço estendido na frente quer dizer sieg heil, salve a vitória, do Hitler, aquele cara com um penteado que inspirou imitadores no Planalto. A manifestação era de derrotados. Já imaginou se tivessem vencido a eleição? Ufa. Acabou a lavagem cerebral. Precisamos explicar aos ensandecidos que eles foram iludidos, manipulados. Tem tempo. Marchar com a bandeira do Brasil e a camisa do Neymar, ajoelhar-se e bater no peito agradecendo a “prisão” de Alexandre de Moraes, pedir intervenção militar cantando Vandré e depois reclamar dos militares…É a ostentação da loucura, baixou o sanatório geral. Milhões de eleitores vencidos vão pensar, constrangidos: será que me identifico com eles? Ufa. Acabou. Caminhoneiros retornam aos poucos às boleias, aceleram rumo à normalidade e de volta a suas famílias. Desistem de ser tachados de inimigos da pátria, ao prejudicar pais, mães, avós, crianças, trabalhadores, enfermos. Por um mitômano entrincheirado no Palácio. Não acham sensato enfrentar os Gaviões da Fiel, a Galoucura. Esses caminhoneiros são minoria na categoria. Talvez muitos nem sejam caminhoneiros de verdade. Quem financiou e organizou essas badernas simultâneas pelo país? Let’s follow the money. Ufa. Acabou a idolatria das armas, a sem-cerimônia dos CACs e dos que se fingem colecionadores e caçadores. Acabou essa lambança de sair atirando em festa de adversário político ou em bares. A destrambelhada Carla Zambelli vai parar de dar seu showzinho com arma em punho pelas ruas. Ufa. Acabou a ostentação da burrice. Quem ouviu os discursos do presidente eleito Lula percebeu a diferença colossal com o derrotado, ao menos nas intenções. Lula formou uma frente ampla. Estendeu a mão aos derrotados. Valorizou as mulheres. Rejeitou preconceitos. Racismo, misoginia, xenofobia. Mostrou compaixão pelos pobres e desassistidos. Condenou a fome. Prometeu mais Educação. Vamos cobrar? Muito. Mas a ostentação da asneira foi derrotada. Ufa. Acabou. Cadê a Michelle, a esposa em treinamento para virar santa do pau oco? Antes que você se escandalize e ache chulo, saiba que “santo do pau oco é uma expressão popular para pessoas dissimuladas, que usam imagens de santo para esconder ouro e escapar do fisco”. Ouro, cheques, imóveis. No discurso do tchau, a mulher ao lado de Bolsonaro, a única aliás, era Cristiane Britto, ministra ninguém-sabe-do-quê. Ufa. Acabou a guerra contra a Amazônia. O País reagiu, nas urnas, aos crimes ambientais, ao garimpo ilegal, à devastação institucionalizada, à passagem da boiada para abafar as ilegalidades na floresta. Tanto é assim que a Noruega já liberou fundos bloqueados. Alemanha também vai ajudar. E Lula, dois meses antes da posse, foi convidado para a conferência sobre o clima no Egito. Isso é testemunho universal da relevância de Lula. E da irrelevância do que já vai embora. Ufa. Acabou. Acabou o isolamento do Brasil no mundo. Acabou a fama de pária. Chefes de Estado disputaram a primazia de parabenizar Lula. Quem esperou que o derrotado reconhecesse algo? Estados Unidos, Europa e América Latina, ninguém aguardou para ouvir os dois minutos de discurso. O infame se tornou irrelevante, a não ser para os seguidores da seita, dispostos a se imolar por um presidente que virou consultor do PL. A faixa? Você gostaria de receber a faixa das mãos dele? Ora ora ora. Oremos! Ufa. Sabe aquela história de 100 anos de sigilo? Acabou.

Crônica S/A: Asa Norte Livre

Por Vicente SáPara Ana Suassuna Central de Jornalismo27 de outubro de 2022 Quando menino, eu ouvi a expressão: “seguro morreu de velho, desconfiado até hoje é vivo”. Mesmo sem entender direito, gostava.Outro dia, e é aqui que a história engatinha, ouvi de um amigo das antigas, que foi lutador de judô na nossa adolescência e hoje trabalha no Serviço de Inteligência do Governo, se é que este governo tenha alguma inteligência, um papo que mostrou que esse conceito ainda é usado.Manoel, ou Maneco, como a gente o chamava na época do Cabeças, me procurou e num banco, onde um dia vai ser uma praça, na 710 Norte, me perguntou, apreensivo, se eu estava envolvido com a independência da Asa Norte.Diante da minha cara de espanto, explicou que eles estão monitorando um grupo que planeja, há dois anos, tornar a Asa Norte um país. Este grupo, que utiliza a internet dark, republica minhas crônicas e exalta a liberdade. Segundo Maneco os revolucionários já conseguiram a adesão da Vila Planalto e do Paranoá e estão montando até um gabinete de governo. A coisa tá séria pro teu lado, Vicente. Nonato Veras, teu parceiro, seria indicado para o Ministério da Música. O Fino, do Liga Tripa, cuidaria da Secretaria de Agricultura Caseira Alternativa e um outro amigo seu, Pedro Cesar Batista, seria Ministro da Cultura.Eu não sabia se ria, temia ou comemorava. E ele continuou. Até um hino da Asa Norte Livre está sendo composto com uma letra psicografada de João Bahiano e música de Caloro, do Liga Tripa, e será gravado por Célia Porto, com arranjo de Rênio Quintas. Tudo gente que você conhece, e assim, tudo te complica.Eu, agora já um pouco preocupado, levei o Maneco até a venda de dona Lurdes e comprei duas latinhas, pois é sabido que o brindar de uma cerveja não só rima como facilita nossa defesa.E foi aí que ele concluiu: Mas tem o outro lado. A nossa análise final diz que o Lula vai ganhar a eleição e que esses movimentos separatistas perderão força. Mas ainda falta uma semana, então fique alerta. Sou teu amigo e por isso vim de avisar.Com a chave do carro na mão Maneco riu e de disse como quem faz a última piada do show: O Filósofo da Asa Norte, teu mentor intelectual, terá o Ministério da Filosofia para comandar, já você, mesmo considerado, não terá cargo nenhum. Tá vendo como é que é?E já fechando o vidro do carro disse: Oficialmente, nós nunca nos vimos. Se cuida, adeus.E como na Asa Norte e nas minhas crônicas a vida não para, assim que Maneco saiu o Filósofo chegou.Sentou ao meu lado e sorriu largo, contente. Conheço esse cara e imagino que ele veio de falar do movimento. Liga não. A Asa Norte, no seu modo de ser, já é independente. E pra fechar alegre tua crônica, te falo um poema de B. Maranhão:“Se queres mudar a cor da vida, pinta ela com tua lida.”Aceitei o poema e caminhei com ele. Mas confesso que gostei da bandeira que meu neto fez e esse hino, que eu soube que é samba, vai ficar é bom!Bom domingoVicente SáIlustração de Guilherme Leão

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