Anitta expôs a indústria sertaneja com um tuíte. Falta a CPI.

Por  Nathalí

A polêmica em torno do c* de Anitta continua, e isso combina tanto com o Brasil desses tempos que o jeito é a gente dar risada pra não chorar.

Zé Neto – aquele que tira fotos com o p*u meia bomba pra viralizar na internet, porque é incapaz de viralizar pela via do talento – tentou bater testa com a cantora e caiu bonito.

O sertanejo havia comentado em um show que “não precisava tatuar o ânus pra fazer sucesso”, referindo-se à tatuagem íntima da artista, e eu penso que talvez ele precise sim, porque o p*u – não se sabe se pelo tamanho ou qualidade – também não o ajudou a viralizar.

O jeito foi atacar uma mulher que já estava no topo e tentar aproveitar as migalhas dela.

Claro: se você critica a Lei Rouanet em um show em Piracicaba, a mídia certamente vai te ignorar. Mas se você critica a Lei Rouanet e Anitta no mesmo show, os holofotes se acendem, porque eles sempre se acendem onde ela está.

Aliás, honestamente não acredito que os bolsonaristas estão me obrigando a defender Anitta pela segunda vez esse mês. Amigos, eu tenho mais o que fazer.

Acontece que não há como negar o sucesso estrondoso (e internacional) dessa mulher que usa sua projeção para se posicionar com a coragem de quem conquistou sozinha uma carreira sólida, de prestígio e muito trabalho.

Para uma mulher como Anitta, tatuar o c* é fichinha. Ela é capaz de fazer muito mais.

Já para um homem como Zé Neto, criticar uma tatuagem no c* é tudo o que resta. Sua mediocridade diante do sucesso de Anitta já estava provada: o que ele não sabia era que o maldito comentário traria ainda consequências bem piores.

É que a cantora decidiu ironizar o comentário nas redes sociais: “e eu achando que tava só fazendo uma tatuagem no tororó”, escreveu no Twitter, e desencadeou, com isso, a maior crise da indústria fonográfica sertaneja.

Essa simples postagem, sem citar nomes, desnudou denúncias de todos os lados sobre cachês milionários que cantores sertanejos recebem de pequenas prefeituras, muitas vezes sem licitação.

Esses cachês são frequentemente utilizados pelos coronéis da nova geração para entreter pequenas cidades com “grandes shows” – quem é do interior, sabe – com dinheiro público tirado da educação e saúde, e não raro com muita corrupção envolvida.

A Lei Rouanet não traz consigo esta consequência porque usa dinheiro da iniciativa privada, e não da merenda das crianças numa pequena escola no interior do Ceará.

O motivo pelo qual esta lei é uma das pautas preferidas dos bolsonaristas não é o peso nos cofres públicos – que não existe de fato – é justo sua hipocrisia latente: tudo bem pagar milhões para um cantor que teve o show cancelado (alô, Gustavo Lima!) ou contratar dupla sertaneja sem licitação pra fazer politicagem, mas Lei Rouanet é coisa de esquerdista.

A pior coisa que Zé Neto fez na vida, portanto, não foi cantar (risos), foi mexer com a língua de Anitta, a mulher que pode instaurar uma crise em uma das maiores indústrias do país com um tweet.

Para Zé Neto, o ostracismo vem, e vai respingar em todo o seu nicho musical.

E Anitta? Vai continuar fazendo sucesso e tatuando o c* quando bem entender.

Errou rude.

Ao alfinetar Anitta, Zé Neto – ou Zé Ninguém, como você preferir chamar – atacou também a Lei Rouanet, como é de costume dos sertanejos bolsominions, e instalou uma verdadeira crise na indústria sertaneja.

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