Alerj denuncia misoginia em prova de concurso em Macaé

No último domingo (13) foram aplicadas as provas do concurso público de Macaé para o cargo de professores. Mas duas questões chamaram a atenção dos deputados da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

As perguntas apresentavam opções de resposta que desmereciam o gênero feminino. Entre as questões que geraram polêmica, uma delas pedia que os participantes identificassem a frase que não criticava a suposta tendência das mulheres de falarem demais. As alternativas oferecidas eram desrespeitosas e reforçavam estereótipos negativos. Outra pergunta comparava mulheres a “defeitos da natureza” e “robôs”, o que acentuou a controvérsia.

A deputada, Elika Takimoto, também se disse indignada com as perguntas e cobrou providências da banca. 

“São teores machistas e misóginos. Ou seja, em pleno 2024 a gente ainda passa por isso. O concurso foi organizado pela Fundação Getúlio Vargas. Entre as alternativas estava ‘a língua é a última coisa que morre em uma mulher’. Na outra, dizia ‘gosto de mulheres jovens: suas histórias são menores’. Isso é uma grave agressão a todas nós”, disse a parlamentar.

Para o deputado Flávio Serafini (Psol) a anulação das questões não é suficiente para reparar a situação. 

“Essas misóginas e ofensivas exigem respostas da Fundação e da prefeitura. Ontem as questões da prova foram anuladas, mas não permitiremos que esse tipo de conteúdo passe sem consequências. Estamos cobrando explicações e responsabilizações imediatas”, defendeu Serafini.

A administração municipal de Macaé se manifestou contra o conteúdo das questões, afirmando que não teve acesso prévio ao material, que é de responsabilidade exclusiva da Fundação Getulio Vargas (FGV). A prefeitura expressou seu repúdio à abordagem utilizada nas perguntas, destacando a necessidade de respeito e igualdade. A FGV, por sua vez, anunciou a anulação das questões, justificando que elas não estavam em conformidade com os princípios da instituição. 

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