Fonte: Ministério das Relações Exteriores

Venezuela rompe acordo com o Brasil e faz cerco a embaixada da Argentina

Polícia cerca embaixada da Argentina em Caracas, mantida pelo Brasil. O domingo foi de tensão diplomática entre Brasil e Venezuela depois que o governo Maduro rompeu o acordo que permitiu que o Brasil assumisse a Embaixada da Argentina em Caracas, depois que seus representantes foram expulsos do país por questionaram o resultado das eleições de julho. Seis integrantes da oposição venezuelana, foragidos da Justiça, estão abrigados na embaixada, e o governo Maduro disse que decidiu revogar a custódia brasileira porque teria “provas” de que o local estaria sendo usado para planejamento de atos “terroristas” e de “tentativas de assassinato” contra ele e sua vice, Delcy Rodríguez.

Lula convoca reunião de emergência e governo admite tensão. O cerco à Embaixada da Argentina e a suspensão unilateral do acordo que dava a custódia ao Brasil foram tratados no governo Lula como um “choque” e como sinais claros de distanciamento entre os países. A avaliação do governo é de que, apesar dos esforços do Brasil de mediar a crise e buscar uma saída política, o momento é de tensão entre os dois países. De acordo com o colunista do UOL Jamil Chade, o governo brasileiro já considera que terá de repassar a custódia da embaixada para outro país, mas quer ganhar tempo até que um novo entendimento seja estabelecido para evitar a invasão.

Veja nota do Ministério das Relações Exteriores

O governo brasileiro recebeu com surpresa a comunicação do governo venezuelano de que tenciona revogar o seu consentimento para que o Brasil proteja os interesses da Argentina na Venezuela.

De acordo com o que estabelecem as Convenções de Viena sobre Relações Diplomáticas e sobre Relações Consulares, o Brasil permanecerá com a custódia e a defesa dos interesses argentinos até que o governo argentino indique outro Estado aceitável para o governo venezuelano para exercer as referidas funções.

O governo brasileiro ressalta nesse contexto, nos termos das Convenções de Viena, a inviolabilidade das instalações da missão diplomática argentina, que atualmente abrigam seis asilados venezuelanos além de bens e arquivos.

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