Se baratas, formigas e grilos se unirem, sim.
Se o trabalhador que ganha menos de R$ 5 mil por mês entender o que está em jogo neste momento no país, ele pode cair sim — porque sua base de apoio começa a ruir.
De um lado, o governo Lula tenta fazer justiça tributária, cobrando mais impostos da pequena parcela que detém a maior parte da riqueza do Brasil. Do outro lado, o presidente da Câmara, Hugo Motta, rompe acordos e derruba o decreto que aumentava o IOF. Resultado: sinal verde para empresários, grandes fazendeiros e os super-ricos continuarem pagando menos — às custas do resto da população.
A maioria do povo brasileiro é composta por assalariados, gente pobre e de classe média baixa. E uma parte dessa maioria parece anestesiada, num estado de letargia perigoso. Lembra aquela parábola da formiga que, tomada de ódio pela barata, se alia ao inseticida — e no fim, morrem todas: formigas, baratas, e até o grilo, que só queria ficar neutro.
Moral da história: quem toma decisões baseadas em ódio, e não nos próprios interesses, costuma sair perdendo. É o que está acontecendo agora. Tem trabalhador pobre e de classe média baixa comemorando a derrota imposta ao governo Lula pelo Congresso na última semana — uma derrota que, na prática, protege o bolso dos mais ricos e ameaça programas que são vitais para quem mais precisa.
Ao derrubar o decreto do IOF, deputados e senadores isentaram os mais ricos da tributação sobre aportes em previdências privadas e sobre gastos com cartão de crédito no exterior. E quem vai pagar essa conta? Os de sempre: os pobres.
Nas palavras do ministro Fernando Haddad:
“O decreto do IOF corrige uma injustiça: combate a evasão de impostos dos mais ricos para equilibrar as contas públicas e garantir os direitos sociais dos trabalhadores.”
Sem esse aumento, o congelamento no orçamento pode subir para R$ 41 bilhões. Isso significa risco real de paralisação de programas como o Auxílio Gás, o Minha Casa Minha Vida, o Pé-de-Meia e a Assistência Social.
Baratas, formigas, grilos… é bom abrir os olhos.
Cof, cof, cof…
