Um incêndio atingiu uma fábrica de fantasias de Carnaval em Ramos, na Zona Norte do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira (12). De acordo com os serviços de saúde da cidade, 21 pessoas foram resgatadas, sendo que 18 sofreram ferimentos e foram encaminhadas para hospitais. Destas, 11 estão em estado grave.
As chamas destruíram fantasias da escola de samba Império Serrano, que compete na Série Ouro do Carnaval carioca. O Corpo de Bombeiros mobilizou diversas equipes, incluindo um grupamento aéreo, para conter o fogo.
Esse não é um evento isolado na história do Carnaval do Rio. Incêndios já comprometeram os preparativos das escolas de samba em pelo menos quatro outras ocasiões desde 1992.
Naquele ano, um incêndio devastou o barracão da Acadêmicos do Salgueiro, destruindo 1.500 fantasias da escola-mirim, além de figurinos da comissão de frente e dos carros alegóricos. Cerca de 600 metros de tecido e equipamentos de corte e costura também foram perdidos. Em 1999, pouco antes do Carnaval, o barracão da União da Ilha foi destruído pelas chamas. Dois anos depois, em 2001, a Imperatriz Leopoldinense também teve prejuízos com um incêndio.
O episódio mais grave ocorreu em 2011, quando um incêndio atingiu diversos barracões na Cidade do Samba. A Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) decidiu que as agremiações afetadas – Grande Rio, União da Ilha e Portela – não seriam julgadas no desfile, dada a dimensão dos danos.
Cidade do Samba 2
Em 2022, o então presidente da Riotur, Ronnie Aguiar, anunciou a construção da Cidade do Samba 2 para 2023, visando oferecer melhores condições de trabalho aos profissionais do Carnaval. No entanto, o projeto não saiu do papel.
O prefeito Eduardo Paes classificou o incêndio recente como inaceitável e reforçou a necessidade de um novo espaço para os trabalhadores do setor.
“Não sabemos nem quantos lugares parecidos com esse existem na cidade neste momento. Fazemos esse alerta e pedimos à Série Ouro que nos informe para termos um olhar mais atento. Isso não deveria mais ser admissível. O que estamos buscando é uma solução definitiva, construindo uma nova Cidade do Samba. É um absurdo que as pessoas tenham que trabalhar nessas condições”, afirmou.