Índice da inflação dos alimentos e bebidas corresponde à maior alta para os nove primeiros meses do calendário em 28 anos, ou mais precisamente, desde o início do Plano Real (Getty Creative)
Por Yahoo Notícias/ Finanças
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Central de Jornalismo
22 de outubro de 2022
Dados do IPCA apontam que os segmentos de alimentação e bebidas já acumulam uma inflação de 9,54% no ano, de janeiro a setembro;
Algumas explicações para a alta dos preços seriam os extremos climáticos, a pressão dos custos dos insumos utilizados no campo e as cotações das commodities agrícolas;
Relatório divulgado pela OCDE comprovou que a inflação no Brasil segue entre as maiores do mundo.
Dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) consultados pelo jornal Folha de S. Paulo apontam que os segmentos de alimentação e bebidas já acumulam uma inflação de 9,54% no ano, de janeiro a setembro. O índice corresponde à maior alta para os nove primeiros meses do calendário em 28 anos, ou mais precisamente, desde o início do Plano Real.
Em setembro, o grupo alimentação e bebidas até recuou 0,51% no IPCA. Foi a maior baixa desde maio de 2019 (-0,56%) e a primeira desde novembro de 2021 (-0,04%). Com o resultado, a inflação acumulada no ano desacelerou de 10,10% até agosto para 9,54% até setembro. No acumulado de 12 meses, a alta passou de 13,43% para 11,71%”, informa a reportagem.
Um exemplo recente de alimento afetado pela alta dos preços é a manteiga. De acordo com dados do Índice de Preços do Consumidor Amplos (IPCA), o produto segue aumentando de valor, apesar da deflação recente. O índice geral ficou em 7,17% nos 12 meses encerrados em setembro, já o da manteiga registrou alta de 23,5% no mesmo período.
Uma das maiores taxas do mundo
Em julho, um relatório divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) comprovou que a inflação no Brasil segue entre as maiores do mundo e bem acima da média das grandes economias.
A inflação ao consumidor chegou a 9,6% em maio no conjunto dos 38 países que fazem parte da OCDE. Esse é o maior patamar registrado desde de agosto de 1988.
Um termômetro da grave situação que vive ao Brasil é a afirmação emitida pelo Banco Central, na qual a instituição financeira admite que a meta inflação será descumprida em 2022 pelo segundo ano seguido. Em uma tentativa para cumprir a meta para o próximo ano, o BC elevou a taxa básica de juros para 13,25% ao ano.