O governo de Israel confirmou, nesta sexta-feira (20), que iniciou uma ofensiva militar contra alvos no Irã. Segundo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o objetivo é enfraquecer o programa nuclear iraniano e conter a capacidade ofensiva do país. A ação foi batizada de “Operação Leão Ascendente” e marca o início de uma campanha que as autoridades israelenses classificam como “a mais complexa e duradoura” já realizada pelo país.
Em pronunciamento à nação, Netanyahu declarou que Israel já domina o espaço aéreo de Teerã e que os ataques atingiram instalações nucleares, centros de comando e bases de lançamento de mísseis. O chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, general Eyal Zamir, afirmou que o Irã possui cerca de 2.500 mísseis balísticos atualmente — com previsão de crescimento para 8 mil em dois anos —, o que justificaria a escalada militar.
Como resposta, o Irã lançou uma ofensiva batizada de “Operação Promessa Verdadeira III”, disparando mísseis e drones contra cidades israelenses. Tel Aviv, Haifa e Beersheba foram as regiões mais atingidas. Um hospital em Beersheba foi atingido, e, mesmo com evacuação prévia, pelo menos 40 pessoas ficaram feridas. Há também relatos de danos leves a outras estruturas civis.
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, declarou que, se o Irã continuar atacando civis, “Teerã arderá”. Já Netanyahu foi além e indicou que o objetivo final da campanha pode ser a queda do regime dos aiatolás, e não apenas conter o programa nuclear.
As tensões aumentam no Oriente Médio, enquanto países europeus fazem apelos por diálogo e negociações. França, Alemanha e Reino Unido afirmaram que a retomada do acordo nuclear é o único caminho possível para evitar uma guerra em larga escala. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) declarou que não há evidências de que o Irã esteja fabricando uma arma nuclear neste momento.
Nos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump manifestou apoio a Israel, mas ainda não confirmou se o país participará diretamente da ofensiva. A expectativa é de que uma decisão sobre o envolvimento norte-americano seja tomada nos próximos dias.
O cenário é de incerteza e tensão, com o risco de que o conflito se alastre para outros países da região. A comunidade internacional acompanha com preocupação o desenrolar da crise.