O Brasil ainda tem 11,8 milhões de analfabetos. A taxa de analfabetismo das pessoas com 15 ou mais anos de idade foi estimada em 7,2% em 2016, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua): Educação, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã desta sexta-feira (22), o ministro da Educação, José Mendonça Filho, repercutiu os dados da entidade.
Para ele, é inaceitável que um país que está entre as 10 maiores economias do mundo tenha indicadores tão negativos quanto mostrou o IBGE. “Não há o que comemorar na educação do Brasil, tenho que dizer isso, mesmo como ministro da Educação”, afirma.
Mendonça aproveitou a oportunidade para criticar os governos anteriores. Segundo ele, durante algum tempo se propagou muito a ideia de que o Brasil era a “pátria educadora”. “Durante os governos do PT, se dizia muito das conquistas da área da educação. Treze anos se passaram e você tem indicadores que são uma tragédia”, afirma.
Ainda na visão do ministro, uma criança mal alfabetizada irá acumular dificuldade ao longo de toda a sua vida educacional. “Por esse motivo, você tem indicadores tão ruins também no ensino médio”, afirma.
De acordo com o IBGE, o analfabetismo é mais agudo entre pretos e pardos, onde a incidência de analfabetos é mais que o dobro do que entre brancos. Na população de cor branca, quatro em cada 100 pessoas eram analfabetas. Entre os pretos ou pardos, 10 em cada 100 eram analfabetos.
A situação fica mais grave com o avanço da idade. De cada dez pessoas pretas ou pardas com 60 anos ou mais, três são analfabetas. Entre os brancos, há apenas um idoso analfabeto a cada dez.
Basse Nacional Curricular
No último dia 15, o Conselho Nacional de Educação aprovou por 19 votos a três a nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o ensino infantil e o ensino fundamental (o ensino médio ainda terá sua Base Curricular).
O documento define o que 35,8 milhões de estudantes das redes pública e privada irão aprender nos próximos anos. O texto segue para sanção do ministro da Educação Mendonça Filho (DEM).
Segundo o ministro, ao homologar a base, o governo anunciou a alocação de recursos da ordem de R$ 100 milhões para 2018. “O suficiente para estabelecermos os debates com relação à construção dos currículos”, afirma. “A base não é o propriamente o currículo, mas a definição dos marcos de aprendizagens que devem ser assegurados a todas crianças e jovens situados nas faixas do que já foi homologado.”
Com informações da Jovem Pan