No Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, é crucial destacar os desafios persistentes que as mulheres enfrentam no Brasil. Apesar de avanços significativos nas últimas décadas, questões como violência de gênero e desigualdade salarial continuam a afetar profundamente a vida das brasileiras.
Violência de Gênero: Uma Realidade Alarmante
O Brasil ocupa a quinta posição mundial em homicídios de mulheres, com uma taxa de 4,8 assassinatos por 100 mil mulheres, ficando atrás apenas de El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia. Entre 1980 e 2013, foram registrados 106.093 homicídios femininos no país. Em 2013, dos 4.762 homicídios de mulheres, 50,3% foram cometidos por familiares, e 33,2% desses crimes tiveram como autores parceiros ou ex-parceiros das vítimas.
Desigualdade Salarial: Um Desafio Persistente
A disparidade salarial entre homens e mulheres permanece significativa no Brasil. Em 2022, as mulheres brasileiras recebiam, em média, 19,4% a menos que os homens. Essa diferença é ainda mais acentuada em cargos de direção, onde as mulheres ganham até 25,2% menos que seus colegas homens. Embora tenha havido uma melhora no Índice de Paridade Salarial entre 2013 e 2023, passando de 72 para 78,7, a desigualdade ainda é evidente.
Iniciativas e Desafios Futuros
Para combater essas disparidades, o Brasil promulgou a Lei nº 14.611 em julho de 2023, que estabelece mecanismos para promover transparência salarial e intensifica a fiscalização contra discriminação. No entanto, a efetividade dessas medidas depende de sua implementação e fiscalização adequadas.
No campo da violência de gênero, apesar de legislações como a Lei Maria da Penha, a aplicação ainda enfrenta desafios, especialmente em áreas rurais. A necessidade de políticas públicas eficazes e de uma mudança cultural que promova a igualdade de gênero é urgente para garantir um futuro mais justo e seguro para todas as mulheres brasileiras.
Neste Dia Internacional da Mulher, é essencial reconhecer os avanços alcançados, mas também refletir sobre as barreiras que ainda precisam ser superadas para assegurar a equidade e a justiça de gênero no Brasil.