Por Léo Bueno
Central de Jornalismo
Por Léo Bueno
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A prisão de Mauro Cid, tenente-coronel que era uma espécie de Ígor para o Bozo, pode parecer por motivo de pouca monta. Não é.
Antes de pegar o celular dele, a Polícia Federal já havia encontrado na nuvem indícios de que Cid pedira para falsificar a carteira de vacinação do seu chefe.
A operação foi feita no caminho típico dos toscos: o pela-saco falou com alguém de sua equipe, que então pediu para um sobrinho médico num município goiano onde o Judas sertanejo perdeu as botas de couro de búfalo. E tudo isso era para falsificar não a carteirinha do Bozo, não a do Cid, mas a da mulher do Cid, Gabriela, lá atrás, em 2021.
A partir dessa fraude específica, a PF foi descobrindo outras e mais outras até chegar, finalmente, numa fraude em dezembro de 2022 – a dos cartões do genocida e de sua filha, realizada por um obscuro profissional numa Prefeitura fora dos radares no Rio de Janeiro.
Só que grande parte desses indícios foi colhida em dois sistemas do Ministério da Saúde, responsáveis justamente por registrar dados para combater endemias, epidemias e pandemias.
Daí instauram-se milhões de dúvidas procedentes.
Já desde o auge da pandemia desconfiávamos que os sistemas vinham sendo fraudados devido ao grande número de mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave NÃO notificadas como óbitos por covid.
A investigação da PF ainda não mostra que o número verdadeiro de mortos na pandemia foi bem maior do que o noticiado, mas já demonstra que as condições para essa adulteração foram satisfeitas pelo último governo: fraudado o sistema foi.
Se um presidente manda mudar o registro de sua carteirinha pessoal e o de sua filha, o que não terá feito com o registro do número de mortes? E com o de compras de vacinas? E com o de compras de equipamentos?
Para piorar, a mãe da meninota – mulher que aliás vem ensaiando ganhar de seu marido a preferência da fascistaiada em eleições vindouras – disse que em sua casa só ela própria havia tomado vacina.
Para piorar ainda mais, as carteirinhas de vacinação foram usadas para entrar nos EUA, país que prevê penas de até 10 anos para quem falsifica documentos com o fito de ingressar em seu território.
É o efeito-borboleta – aquela história de o bater das asas de uma borboleta na América desencadear um tufão letal no oriente.
Como ocorreu no Watergate, quando alguém estranhou o movimento de lanternas num escritório à noite e no final a imprensa acabou desvendando a trama para o Partido Republicano, do então presidente Richard Nixon, espionar os rivais democratas.
Também dessa forma o pedido para uma falsificação de uma carteirinha no município goiano de Cabeceiras pode acabar demonstrando que um ex-presidente acobertou dezenas ou talvez centenas de milhares de mortes e entrou ilegalmente com a família em outro país quando ainda estava no exercício de suas funções presidenciais.
Não é, como disse uma dessas colunistas imbecis que a grande imprensa contratou para relativizar o inaceitável, o Fiat Elba do Bozo.
É bem pior.
Apenas surge na forma do bater de asas de uma borboleta tosca, feia e estúpida.
PS. Na imagem, Ígor, o ajudante do Doutor Frankenstein, na interpretação do genial Marty Feldman.