Órgãos infectados: presos sócio de laboratório e responsáveis por laudos

Dois homens foram presos na manhã desta segunda-feira (14) durante a Operação Verum, da Polícia Civil, que investiga os casos de transplantes de órgãos infectados por HIV. Um deles é Walter Vieira, sócio do PCS Lab Saleme, apontado pelo governo do RJ como responsável pelo erro que causou as infecções. Ele é médico ginecologista e responsável técnico do laboratório, que assinou um dos laudos com o falso negativo, além de ser tio do deputado federal Dr. Luizinho (PP), que foi secretário de Saúde do RJ.

O segundo preso é Ivanilson Fernandes dos Santos, também apontado como um dos responsáveis pelo laudo.

Agentes da Delegacia do Consumidor (Decon) também começaram a cumprir 11 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Plantão Judiciário do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.  

A sede do PCS Lab Saleme, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, teve de ser arrombada pelos policiais. O local estava interditado desde a semana passada.

Entenda o caso 

Seis pessoas que estavam na fila do transplante da Secretaria Estadual de Saúde do RJ receberam órgãos infectados pelo vírus de dois doadores e agora testaram positivo para o HIV. O caso foi descoberto em 10 de setembro, quando um paciente que fez um transplante de coração foi ao hospital com sintomas neurológicos e teve o resultado para HIV positivo – ele não tinha o vírus antes.

As autoridades refizeram todo o processo e chegaram aos exames feitos pelo PCS Lab Saleme com resultado falso negativo.

O doador infectado morreu no dia 23 de janeiro, aos 28 anos, no Hospital Municipal Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias.

Foram doados os rins, o fígado, o coração e a córnea. Todos foram testados, segundo o laboratório PCS, e testaram não reagentes para HIV. Após a suspeita de erro, A SES-RJ, então, fez uma contraprova do material e identificou o HIV.

Existe a chance que outros pacientes tenham sido contaminados e o caso segue em investigação. A secretaria informou que todos os exames de sorologia dos doadores deste laboratório foram transferidos para o HemoRio, uma unidade de saúde estadual, que vai retestar o material armazenado de 286 doadores.

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