Goiás promete criar presídios para isolar presos perigosos

A expectativa é que outros três presídios, em Anápolis, Formosa, Novo Gama, Águas Lindas e Planaltina sejam entregues até o fim deste ano, totalizando 1.588 novas vagas O governo de Goiás promete implementar um regime disciplinar rigoroso, semelhante ao dos presídios federais de segurança máxima, nas unidades prisionais estaduais que estão sendo construídas em cinco municípios. De acordo com as autoridades goianas, as obras de construção das unidades de Anápolis, Formosa, Novo Gama, Águas Lindas e Planaltina estão em fase avançada e as duas primeiras devem ser inauguradas no próximo mês, acrescentando 600 novas vagas carcerárias ao sistema. Segundo o diretor-geral de Administração Penitenciária, coronel Edson Costa, a ideia é isolar os líderes de grupos criminosos que cumprem pena no estado e todo o apenado que exercer atividade prejudicial ao sistema carcerário, influenciando ou colocando em risco a integridade de outros internos. A expectativa é que os outros três presídios sejam entregues até o fim deste ano, totalizando 1.588 novas vagas e um investimento da ordem de R$ 150 milhões. “Agora, quem der problema vai ser mandado para um presídio estadual onde vamos implementar mais ou menos o mesmo tipo de regime disciplinar das unidades federais. Agora temos ferramentas legais para fazer isso. O sistema de controle disciplinar mudou”, declarou Costa ao ser empossado para chefiar a diretoria criada ontem (4), a partir do desmembramento da Secretaria de Segurança Pública, que respondia pela gestão das unidades prisionais estaduais. Publicada no Diário Oficial estadual nesta quinta-feira, a Lei 19.962, que modificou a antiga estrutura da Secretaria de Segurança Pública e cria a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária, prevê a regionalização do sistema prisional estadual por intermédio de “unidades prisionais que considerem os níveis de segurança, abrangência geográfica e perfil do encarcerado”. A lei também concede “autonomia administrativa, orçamentária e financeira” à diretoria-geral. “A lei estabelece uma nova sistemática. Até hoje, o sistema tratava os presos indistintamente, reunindo os de muita periculosidade com os de baixa ou média periculosidade. Agora, vamos poder segregar os de maior periculosidade ou aqueles que estiverem tumultuando o processo”, acrescentou Costa, enfatizando que a influência exercida por uns poucos presos sobre todo o grupo tem um efeito mais nefasto que a própria superlotação dos presídios. “Às vezes, quatro ou cinco presos exercem uma liderança negativa e acabam direcionando os demais a executar os planos de lideranças criminosas”. Crise As mudanças na estrutura da segurança pública goiana foram anunciadas em meio à crise desencadeada por três rebeliões registradas no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, onde, na segunda-feira (1°), nove detentos foram mortos e 14 feridos. Outras dois princípios de rebeliões foram ocorreram na mesma unidade entre ontem e hoje. Já a Pastoral Carcerária de Goiás sustenta que as medidas que o Poder Público adotou apenas reforçaram a repressão e o encarceramento no estado. A entidade lembra que, após a rebelião de fevereiro de 2017, na Penitenciária Odenir Guimarães, que funciona no mesmo Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia e na qual cinco presos foram mortos, antecipou que medidas repressivas apenas aprofundariam a violência nas unidades. “O que ocorre neste início de 2018 não é mera coincidência”, afirma a Pastoral, em nota. “As [últimas] rebeliões mostram, novamente, que o sistema carcerário não está em crise. Ele cumpre a sua função perfeitamente: torturar e matar a população que está atrás das grades, em sua maioria pobre e negra.” Nesta manhã, o secretário estadual de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, declarou que a fragilidade das prisões é o “calcanhar de Aquiles” dos sistemas de segurança pública e judiciário do Brasil inteiro e que as recentes rebeliões registradas em Aparecida de Goiânia não são um “fenômeno avulso ou ocasional”, mas sim fruto da disputa entre facções criminosas rivais por mercados ilícitos. De acordo com Balestreri, o serviço de inteligência goiano já tinha identificado que presos planejavam deflagrar rebeliões em ao menos 20 unidades prisionais estaduais a partir do fim do ano passado, a maior parte delas evitada pela secretaria.   *Com informações da Agência Brasil.

Guerra entre Comando Vermelho e PCC motivou rebelião em Goiás

Dos nove mortos, sete pertenciam à facção carioca A guerra entre Comando Vermelho (CV) e PCC foi a motivação para a rebelião que terminou com nove mortos em um presídio de Aparecida de Goiânia (GO) no primeiro dia do ano. A afirmação é do Secretário de Segurança Pública e Administração Penitenciária de Goiás, Ricardo Balestreli. “Esse fato está largamente comprovado pelas investigações que estão sendo conduzidas e pela análise do nosso setor de inteligência. Os líderes responsáveis pela ação já foram identificados”, disse ao Uol. Dos nove mortos, sete pertenciam à facção carioca, o que comprovaria uma ação de repressão por parte do grupo paulista. “Essas facções dominam presídios em todo o Brasil, inclusive em Goiás. Elas disputam espaço mercadológico dentro e fora das prisões”, prossegue o secretário, referindo-se aos mercados para a venda de drogas e à cooptação de novos integrantes por parte de ambos os grupos.

Rebelião deixa nove mortos e 14 feridos em presídio de Goiás

Na tarde desta segunda-feira (1º), presos da Colônia Agroindustrial, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, em Goiás, realizaram uma rebelião. O motim deixou nove mortos e 14 feridos, segundo a Superintendência Executiva de Administração Penitenciária (Seap) do Estado, que também confirma a fuga de 34 presos. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de Aparecida de Goiânia (SSPAP) informou que a rebelião aconteceu depois que detentos da ala C invadiram a ala B. Os presos queimaram colchões e colocaram fogo na unidade. Agentes do Grupo de Operações Penitenciárias Especiais (Gope), com apoio do Batalhão de Choque da Polícia Militar, retomaram o presídio por volta das 16 horas. A situação segue tensa no local e o Grupo de Radiopatrulha Aérea (GRAer) da PM realiza buscas na região.

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