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Fogo Cruzado – Conheça o app que ajudou a divulgar a morte de Marielle Franco

O aplicativo foi criado por Cecília Olliveira, jornalista e amiga da vereadora

Brasil e o mundo ficaram ontem chocados com a morte da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, que morreu após ter sido baleada dentro do carro, juntamente com o motorista. O caso tem motivado sentidas homenagens nas redes sociais e ao redor do mundo, mas a tecnologia acaba por estar ainda mais envolvida no caso.

A morte de Marielle começou por ser denunciada no ‘Fogo Cruzado’, uma plataforma disponível em forma de site e aplicativo que (por via colaborativa) procura reunir em mapas, locais onde tenham sido disparados tiros no Rio de Janeiro. O objetivo é alertar moradores da área metropolitana da cidade.

“O Fogo Cruzado é uma plataforma digital colaborativa que tem o objetivo de registrar a incidência de tiroteios e a prevalência de violência armada na região metropolitana do Rio de Janeiro através de um aplicativo para tecnologia mobile combinado a um banco de dados”, pode ler-se no site.

A plataforma é uma criação de Cecília Olliveira, jornalista e amiga de Marielle que se dedica a manter o aplicativo ‘Fogo Cruzado’ há dois anos. Numa publicação no The Intercept, conta que começou por publicar a ocorrência dos tiros que vitimaram a vereadora sem o saber.

“Eu postei essa informação no Fogo Cruzado às 21h36 desta quarta-feira”, conta Olliveira. “Pouco depois da postagem, meu WhatsApp começou a receber mensagens.

21h51: ‘Mataram uma vereadora do PSOL e seu motorista agora. Rua do Matoso esquina com rua João Primeiro’.

21h52: ‘Tem contatos no PSOL?’. Paralisei e pensei: “Puta merda. Só tem uma vereadora no PSOL. Não pode ser a Marielle. Ela tava ao vivo no Facebook agora há pouco”.

“O evento onde ela estava ao vivo já tinha acabado. Ela estava indo pra casa. Acionei contatos na polícia e imprensa até descobrir que sim: era a Marielle”, disse a criadora da plataforma.

Com a crescente violência no Rio de Janeiro o ‘Fogo Cruzado’ tem sido um aplicativo cada vez mais utilizado pelos residentes da área metropolitana da cidade. A equipe do ‘Fogo Cruzado’ recebe informações dos utilizadores via Twitter, caixa de mensagens do Facebook e mensagens do WhatsApp que, neste caso, são apenas consideradas fontes já previamente reconhecidas.

“Quando chega a notificação de um tiroteio/disparo de arma de fogo, esta informação não é automaticamente publicada no mapa e nas redes sociais do aplicativo. Imediatamente, a equipe de gestão de dados cruza a notificação com scripts e filtros desenvolvidos para agregar informações sobre disparos de arma de fogo na região metropolitana do Rio de Janeiro. Desta forma, é possível saber quem, quando e onde está se falando sobre o assunto de forma a cruzar informações sobre um mesmo tiroteio/disparo de arma de fogo. Após tal verificação, a notificação é postada nas redes e o incidente fica em registro público”, explica o site.

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