No último domingo (23), o programa Fantástico, da TV Globo, trouxe à tona áudios explosivos que podem mudar os rumos das investigações sobre uma tentativa de golpe de Estado no Brasil. As gravações, obtidas pela Polícia Federal (PF), mostram conversas comprometedoras entre militares e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, sugerindo uma articulação para desestabilizar o governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva.
Os diálogos revelam pressão para que Bolsonaro interferisse contra decisões do STF e do TSE, além de incentivar manifestantes a tomarem o Congresso Nacional. A revelação causou forte repercussão política e pode resultar em novas prisões e investigações contra militares de alta patente.
Áudios comprometem militares de alta patente
As gravações indicam que oficiais das Forças Armadas mantiveram contato direto com manifestantes golpistas e incentivaram atos contra a democracia. Em um dos áudios mais impactantes, o tenente-coronel Guilherme Marques de Almeida sugere que os manifestantes deveriam sair dos acampamentos em frente aos quartéis e se dirigirem ao Congresso Nacional.
“Não adianta protestar na frente do QG do Exército, tem que ir pro Congresso!” – diz Almeida em um dos trechos divulgados pelo Fantástico.
Já o general Mario Fernandes, segundo as investigações, manteve contato direto com apoiadores de Bolsonaro e até pediu que o ex-presidente interviesse para impedir ações da Polícia Federal contra os manifestantes.
Manifestantes tinham “aval” dos militares?
A investigação da PF mostra que havia um canal de comunicação aberto entre militares e manifestantes, o que reforça a tese de que o acampamento em frente aos quartéis não era espontâneo.
Em um dos áudios divulgados, o caminhoneiro Lucas Durlo questiona o general Fernandes sobre a duração dos protestos:
“Até quando vocês querem que a gente fique aqui, general?”
Em outro trecho, um manifestante pede ajuda para instalar uma tenda no acampamento, e um oficial se prontifica a ajudar, demonstrando a relação de proximidade entre militares e os golpistas.
Investigação pode levar a novas prisões
Diante das novas revelações, a Polícia Federal e o Ministério Público estudam medidas contra os envolvidos. A Procuradoria-Geral da República já havia indiciado militares por tentativa de golpe, e os áudios reforçam a gravidade das denúncias.
A defesa dos acusados nega qualquer envolvimento em tentativa de golpe e alega que as gravações foram “editadas e retiradas de contexto”. O Exército, por sua vez, ainda não se pronunciou oficialmente sobre as novas revelações.
E agora? O que pode acontecer?
Com as novas provas, cresce a pressão para que o Congresso Nacional e o STF aprofundem as investigações e tomem medidas mais duras contra os envolvidos. Há até a possibilidade de novas prisões e ações contra ex-integrantes do governo Bolsonaro.
Os desdobramentos das investigações devem ser acompanhados de perto, pois novos áudios podem vir à tona nas próximas semanas.