A poucos dias de retornar à Casa Branca, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, causou polêmica ao declarar seu desejo de anexar territórios internacionais. Em uma entrevista coletiva realizada em seu resort em Mar-a-Lago, na Flórida, Trump afirmou que pretende usar a força econômica, como sanções e aumento de tarifas, para alcançar seus objetivos. As declarações geraram críticas, com a Associated Press afirmando que Trump está mais preocupado com uma “agenda imperialista” do que com problemas internos dos EUA. A Reuters, por sua vez, classificou o ideal “America First” (América em Primeiro), defendido por Trump, como expansionista.
As regiões que estão na mira de Trump e as justificativas para a anexação são:
Canal do Panamá: Trump alega que o Panamá cobra taxas excessivas pelo uso do canal e que há risco de influência chinesa na região, uma vez que dois portos próximos à entrada do canal são administrados por uma empresa de Hong Kong. Ele exige a devolução do canal aos EUA, alegando que os “princípios morais e legais” da doação não foram seguidos. O governo panamenho rebateu as acusações, afirmando que as taxas são transparentes e que o país não está sob controle de nenhuma outra nação. **Trump justifica sua reivindicação com base na importância histórica do canal para os EUA, que controlaram a via por mais de 80 anos e tiveram papel crucial em sua construção.**
Groenlândia: Trump argumenta que a Groenlândia é vital para a segurança nacional dos EUA, pois poderia abrigar sistemas de defesa contra mísseis vindos da Europa ou do Ártico e radares para monitorar navios e submarinos russos nas águas entre a Islândia, a Grã-Bretanha e a própria Groenlândia. Ele já havia tentado comprar a ilha em seu primeiro mandato, mas a oferta foi rejeitada. A Groenlândia, por sua vez, reiterou que não está à venda. **Além da segurança, Trump vê na Groenlândia um grande potencial econômico, devido à riqueza da ilha em minerais, petróleo e gás natural.
Canadá: Trump sugere que o Canadá se torne um estado dos EUA, alegando que os americanos gastam muito para proteger o país vizinho. Ele afirmou que a fusão eliminaria tarifas e diminuiria impostos, além de garantir a segurança do Canadá contra ameaças russas e chinesas. O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, rejeitou a ideia, afirmando que o Canadá “jamais” fará parte dos EUA. **Trump argumenta que a anexação do Canadá seria benéfica para ambos os países, citando os fortes laços comerciais e a proximidade geográfica.
Golfo do México: Trump pretende renomear o Golfo do México para “Golfo da América”, justificando que os EUA “fazem a maior parte do trabalho” na região. A proposta gerou controvérsias, já que não há um único país responsável pelo Golfo, cuja administração segue tratados internacionais. **Trump não deixou claro qual seria o objetivo da mudança de nome, mas a medida é vista como uma tentativa de afirmar a dominância americana na região.
A comunidade internacional observa com apreensão as ambições expansionistas de Trump. Especialistas apontam para os riscos de instabilidade geopolítica e conflitos diplomáticos caso o presidente eleito insista em sua agenda. Resta saber se Trump conseguirá levar adiante seus planos e quais serão as consequências para as relações internacionais dos EUA.