Temer diz que estuda recorrer à OMC contra tarifa do aço de Trump

Presidente citou a possibilidade durante a abertura do Fórum Econômico Mundial para América Latina, realizado em São Paulo

presidente Michel Temer disse que, se o governo de Donald Trump não aceitar negociar exceções no aumento de tarifas de importação de aço, o Brasil vai entrar com uma representação contra a política norte-americana na OMC (Organização Mundial do Comércio) junto com outros países que sofreram prejuízos com a medida.

“Nós aqui somos contra todo e qualquer protecionismo. Somos pela abertura plena”, afirmou Temer na abertura do Fórum Econômico Mundial para América Latina, realizado em São Paulo.

O Itamaraty já havia cogitado recorrer à OMC, mas é a primeira vez que o presidente fala sobre o assunto.

Temer disse ainda que vai ligar para Trump em breve, propondo a abertura de negociações sobre o aumento da tarifa do aço. Ele afirmou que o mandatário americano estaria aberto a conversas.

A briga na OMC é a última alternativa em análise pela diplomacia brasileira. O processo costuma demorar anos e, se vitorioso, o Brasil ganharia o direito de retaliar setores americanos que exportam para o país. A medida pode se tornar um problema para as empresas brasileiras ao elevar seus custos com insumos importados.

O ministro Aloysio Nunes, das Relações Exteriores, disse à Folha que conversas com os demais países afetados pela medida americana sobre um eventual processo contra os EUA vem ocorrendo em Genebra, sede da OMC. Até agora, o Brasil já tratou do assunto com a União Europeia e a Índia.

“A primeira aposta do governo brasileiro é o diálogo. O Brasil é um país amigo dos Estados Unidos”, afirmou Aloysio durante o painel. O Itamaraty vem conversando com empresas americanas importadoras do aço brasileiro para que elas pressionem o Congresso em Washington a conseguir uma exceção para o Brasil.

O ministro disse que também pediu uma reunião com Robert Lighthizer, chefe do USTR (US Trade Representative, o órgão que cuida das negociações comerciais dos Estados Unidos), pois as novas regras americanas de importação de aço ainda não estão claras.

Além de Temer e Aloysio, participaram da abertura do Fórum o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o prefeito da cidade, João Doria, o jogador Pelé e Klaus Schwab, o fundador do encontro.

Alckmin também criticou indiretamente a medida americana e defendeu as reformas conduzidas pelo governo Temer, como as alterações na legislação trabalhista. “Não é fácil fazer reformas. Existe um conservadorismo enorme e nunca o nosso país precisou tanto de uma agenda reformista”, afirmou o pré-candidato a Presidência do PSDB. A reforma da Previdência será um assunto urgente para o próximo presidente.

Doria propôs aos organizadores do evento que transfiram o Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça, para São Paulo a cada dois anos, mas ficou sem resposta.

Pelé recebeu o título de cidadão global das mãos do fundador do Fórum por ser um símbolo do “jogo limpo” – em mais uma alusão à medida protecionista imposta pelos Estados Unidos. O jogador foi aplaudido três vezes pela plateia, formada por brasileiros e estrangeiros, duas das quais de pé.

 

*Com informações da Folhapress.

central de jornalismo

Lorem ipsum dolor sit amet, consect adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore

NewsLetter

Se increva na newsletter da Central de Jornalismo e receba e seja o primeiro a saber de tudo.

Copyright © 2024. Todos Direitos Reservados. Mantido por Nyx Marketing

plugins premium WordPress