O que aconteceu com jornalista alemão que tentou convencer a população de que Hitler era um idiota e genocida?

Por Adriana de Paula/Iconografia da História

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Central de Jornalismo
30 de março de 2021

Carl Albert Fritz Gerlich foi um historiador e jornalista alemão que desempenhou um papel fundamental na imprensa de resistência contra Adolf Hitler.

Gerlich nasceu em Stettin, Pomerania, em 15 de fevereiro de 1883. Em 1902, formou-se em matemática e ciências naturais na Universidade de Munique. Em seguida, estudou história e, após a conclusão de seu doutorado, passou a atuar como arquivista e a publicar artigos de cunho político. Em 1917, ingressou no Partido Pátria Alemã e, em 1919, publicou um livro intitulado a “Teoria do Reich de Mil Anos”, no qual comparava o comunismo a uma redenção religiosa e denunciava o antissemitismo.

Entre os anos de 1920 a 1928, Carl Gerlich foi editor-chefe do “Münchner Neueste Nachrichten” (MNN), um predecessor do jornal “Süddeutsche Zeitung”, um dos maiores do sul da Alemanha. Em suas publicações, ele deixava explícita sua oposição ao nazismo e caracterizava o partido de Hitler como assassino, tornando-se um dos jornalistas mais críticos do regime.

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Em 1929, Gerlich voltou a trabalhar no Arquivo Nacional da Baviera e foi incentivado por um círculo de amigos a criar um jornal político semanal. Com o apoio do Príncipe Waldburg-Zeil, ele assumiu o jornal “Illustrated”, o qual foi rebatizado como “Der Weg Gerade”, em 1932. Com uma linha editorial que deixava marcada sua oposição ao comunismo, nacional socialismo e antissemitismo, o olhar crítico para o crescimento do nazismo tornou-se uma marca da produção de Carl Fritz, que via nos ideais nazistas um caminho para o ódio, a tirania, a guerra e o fratricídio sem limites.

Em um de seus artigos, ele mostrava como a teoria racial de Hitler era ridícula e provava que o próprio líder nazista não era ariano, tal como afirmava. Tecia duras críticas à ideia de Hitler de que ele nunca precisava explicar o que fazia, bastando-lhe que seus seguidores fizessem cegamente aquilo que mandava. Para Carl Fritz, isso era mais uma prova de que Hitler era um bastardo e não se encaixava na abominável teoria racial que tanto defendia.

Em 1933, quando os nazistas tomaram o poder, Gerlich foi preso e enviado para o campo de concentração de Dachau, onde morreu em junho de 1934, no episódio que ficou conhecido como “Noite das Facas Longas”, momento em que Hitler mandou executar diversos opositores de seu regime. Gerlich fez do jornalismo sua bandeira de luta contra o regime nazista. As duras críticas que tecia em seus textos renderam-lhe a prisão e a morte, mas ele deixou sua voz registrada através de seus escritos e afirmou em um de seus artigos que, em tempos de opressão e ódio, “a pior coisa que podemos fazer, o pior absoluto, é não fazer nada”.

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Fonte Segura: Central de Jornalismo

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