A Polícia Federal vai passar o trator em Ricardo Salles?-Por Kleber Moraes
Central de Jornalismo
Por Kleber Moraes
18 de abril de 2021
O ministro do meio ambiente Ricardo Salles já passou de todos os limites do razoável quando o assunto é desmatamento na região da Amazônia.
Desde que assumiu Salles age como se tivesse um ‘escudo blindador’ que o autoriza a dizer o que bem lhe interessa e a tratar as questões ambientais como se fossem do fundo do quintal de sua casa.
Nessa semana as coisas começaram a envergar para o lado do ministro, com a denúncia do superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva, que enviou ao Supremo Tribunal Federal uma notícia-crime contra o ministro e o senador Telmário Mota (Pros-RR).
A ficha de Salles ainda não caiu, quanto ao tamanho do problema que ele acaba de se meter e que poderá levar ao seu afastamento do cargo e até a uma possível prisão.
No documento, o delegado aponta a possibilidade de ocorrência dos crimes de advocacia administrativa, organização criminosa e o crime de “obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público no trato de questões ambientais.”
A notícia-crime é um instrumento usado para alertar uma autoridade — a polícia ou o Ministério Público — da ocorrência de um ilícito. O STF deverá decidir se abre a investigação contra Salles e Mota ou se arquiva.
Segundo o delegado, o principal argumento usado pelos dois — de que as terras de onde foi retirada a madeira é legal e a extração, autorizada — não corresponde à verdade, pois as terras seriam derivadas de grilagem.
“[…] O ministro Ricardo de Aquinos Salles e o senador Telmário Mota, de forma consciente e voluntária, e em unidade de desígnios, dificultam a ação fiscalizadora do Poder Público no trato de questões ambientais, assim como patrocinam, direta, interesses privados (de madeireiros) e ilegítimos perante a administração pública, valendo-se de suas qualidades de funcionários públicos”, diz o delegado, na queixa.
Saraiva também cita o presidente do Ibama, Eduardo Bim, no mesmo rol de Salles e Mota. No entanto, na conclusão, o delegado não pede ao STF que investigue Bim.
Fonte:G1